Maria Gadú volta esta semana aos coliseus, numa actuação que inclui um dueto com o fadista Marco Rodrigues. Lisboa recebe-a quinta-feira e actua sábado no Porto
Correio da Manhã – Escreveu o tema ‘Shimbalaiê’ quando tinha apenas dez anos. A quem o mostrou ou cantou primeiro?
Maria Gadú – Mostrei o tema primeiro ao meu irmão, que estava comigo!
–
Muitas das suas músicas têm um lado bastante introspectivo e ao mesmo
tempo funcionam co-mo um espelho do que a rodeia. Em que se inspira para
compor?
– Em tudo. Não crio histórias...
Vivo-as. Tudo parte daquilo que consigo sentir de verdade, que vivo e
vejo. Inspiro-me em estar viva, com a linda oportunidade de colocar para
fora tais coisas em forma de músicas.
–
Fez vários espectáculos ao lado de Caetano Veloso, chegando mesmo a
gravar um CD e um DVD. Qual foi a sensação de actuar ao lado de uma
lenda como esta?
– A melhor possível.
Caetano é e sempre será um grande ídolo em inúmeras formas. Estar ao seu
lado, compartilhar músicas, estrada e vivências foi espectacular e
maravilhoso.
– Também tocou com o cantor Eagle-Eye Cherry. Como surgiu essa oportunidade?
–
Ele convidou-me para participar no seu DVD, que seria gravado no Rio de
Janeiro. Fiquei surpreendida e muito feliz com o convite, já que gosto
muito das suas músicas. Foi incrível!
–
Escolheu o fadista Marco Rodrigues para fazer a primeira parte dos seus
concertos nesta última digressão. Qual a sua ligação com o fado? Porquê
Marco Rodrigues?
– Não escolhi Marco
Rodrigues. Fui escolhida por ele! A música dele chamou-me de tal forma
que quando pensei em gravar ‘A Valsa’ tive a impressão que compus o tema
para ser cantado por ele. Ele é encantador. Amo fado. Quem me
apresentou a maior parte foi ele e os companheiros do Café Luso, em
Lisboa.
– Aparenta ser bastante efusiva e
espontânea, com um look alternativo, mas quando canta mostra um lado
mais sensível e calmo. Convive bem com os opostos?
– Tenho que conviver bem com tudo que faz parte de mim.
– Esteve recentemente em Portugal. Qual é a sua relação com o nosso país e o nosso público?
– A relação é primordial, até à paixão pela cultura que vim a conhecer quando estive pela primeira vez em Lisboa.
PERFIL
Mayra
Corrêa Ayagadoux nasceu há 25 anos em S. Paulo e já é uma das mais
elogiadas novas artistas da música brasileira. A sua estreia, num disco
homónimo, ocorreu em 2009, e desde aí gravou dois discos ao vivo e foi
nomeada para o Grammy latino duas vezes. No ano passado, lançou ‘Mais
uma Página’, que agora apresenta ao vivo.
FONTE: Correio da Manhã
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